A RESSURREIÇÃO
O Alicerce do Cristianismo
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“Mas o anjo, dirigindo-se às mulheres, disse: Não tenham medo! Sei que vocês procuram Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui; ressuscitou, como tinha dito.’”
MATEUS 28:5-6
PRÉVIA DO CAPÍTULO
Em vez de ser uma divindade distante, Deus se envolve nos assuntos da humanidade. Por ser Todo-Poderoso, é possível para Ele quebrar a lei natural para fazer o que Ele desejar. Ao contrário dos truques de um mago, os milagres são reais e têm o objetivo de glorificar a Deus. Se milagres podem ocorrer, então é possível para um homem morto ressuscitar a Si mesmo dentre os mortos. De fato, as evidências mostram que o homem Jesus morreu de forma excruciante na cruz, como profetizado no Velho Testamento, e após, levantou-Se novamente da morte. Enquanto uma variedade de teorias foi criada para explicar o que aconteceu com o corpo de Jesus, nenhuma é plausível, além do relato milagroso da ressurreição detalhado na Bíblia.
O clérigo islâmico, (chamado imã), estava se dirigindo aos meus estudantes de aulas bíblicas cristãs do ensino médio, os quais haviam me acompanhado em uma excursão escolar opcional à sua mesquita, em San Diego, Califórnia. Após sua apresentação de uma hora, ele questionou se algum dos trinta adolescentes presentes tinha perguntas para ele. Um estudante decidiu pedir que ele descrevesse sua visão sobre Jesus.
“Você precisa entender que Isa [Jesus]—Paz Esteja com Ele1—é muito importante para nós,” ele respondeu. “Ainda assim, não defendemos que ele deva ser considerado sendo o mesmo que Deus. Esta é uma visão errada. A pessoa que diz tal coisa comete shirk [blasfêmia]. Ele não foi morto na cruz, como você pode ter sido ensinado, e ele certamente não ressuscitou dos mortos.”
Ele continuou, “As crenças cristãs neste tópico são mentiras vindas da corrupção das escrituras. A nossa escritura, o Alcorão, é a perfeita revelação de Alá [Deus] para nós hoje.”
Outra estudante levantou a mão.
“Que evidência você tem de que Jesus não foi morto na cruz?
O imã recitou a Sura 4:157 no Alcorão, primeiro em árabe antes de reafirmá-la em inglês. Lê-se: “Que eles disseram (em jactância): ‘Matamos Cristo Jesus, filho de Maria, o Mensageiro de Alá’, mas não o mataram, nem o crucificaram, mas assim lhes foi feito parecer, e aqueles que nisso divergem estão cheios de dúvidas, sem nenhum conhecimento (certo), mas apenas uma conjectura a seguir, pois com certeza não o mataram.”2
Ele prosseguiu. “Isa provavelmente viveu muitos outros anos no Egito, antes de Alá chamá-lo para o céu. Mas, ele não morreu na cruz.”
A estudante não se intimidou.
“Como você explica a Bíblia dizendo que tanto os discípulos quanto Sua mãe viram Jesus pendurado na cruz?”, questionou.
“Ninguém sabe. Talvez Alá quisesse enganar os ignorantes e ímpios, fazendo um traidor parecer com Isa.”
O imã estava teorizando que o apóstolo Judas – mais conhecido por sua traição a Jesus na noite anterior – poderia ter sido aquele que realmente foi crucificado.3 De acordo com esse líder islâmico, os cristãos estão cultuando blasfemosamente, um traidor, não um Salvador. Ele também fez uma referência fora de tópico aos cruzados da Idade Média que, segundo ele, cometeram muitas atrocidades contra os muçulmanos e cujo emblema em seus escudos era a cruz.
É uma pena que os muçulmanos rejeitem tão prontamente o cristianismo por causa de uma série de eventos complicados que ocorreram há mil anos.4 Independentemente de culpa, nenhum cristão que conheço diria que o cristianismo deva ser avançado por meios violentos. Jesus disse em João 18:36,
“O meu Reino não é deste mundo. Se o meu Reino fosse deste mundo, os meus ministros se empenhariam por mim, para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas agora o meu Reino não é daqui.”
Se a morte e a ressureição de Jesus foram eventos históricos, então a evidência deve ser considerada por todo buscador da verdade. Este será o foco deste capítulo.
UM LAYOUT DOS FATOS
Sobre a morte, sepultamento e ressurreição de Jesus, o apóstolo Paulo resumiu os eventos em 1 Coríntios 15:3-8, que provavelmente foram compostos em um credo da igreja primitiva “nos primeiros cinco anos após a morte de Jesus,”5 antes de 40 d.C., quando nenhum livro do Novo Testamento ainda havia sido composto! Os fatos registrados incluem:
- “Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras”
- “foi sepultado”
- “ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras”
- “apareceu a Cefas [Pedro], e depois aos doze”
- “foi visto por mais de quinhentos irmãos de uma só vez, dos quais a maioria ainda vive, porém, alguns já dormem.”
- “foi visto por Tiago e mais tarde, por todos os apóstolos”
- “foi visto também por mim”
Se a ressurreição não houvesse acontecido, a história do cristianismo não poderia ser sustentada. Como fio solto num suéter, ela se desfaria rapidamente. No versículo 14, Paulo escreve que “se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e é vã a fé que vocês têm.” Nos versículos 15-18, ele diz que seria tido como “falsas testemunhas de Deus, porque temos testemunhado contra Deus que ele ressuscitou a Cristo, ao qual ele não ressuscitou, se é certo que os mortos não ressuscitam. Porque, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, é vã a fé que vocês têm, e vocês ainda permanecem nos seus pecados. E ainda mais: os que adormeceram em Cristo estão perdidos.”
O versículo 19 acrescenta que se a ressureição de Jesus é fraudulenta, os cristãos são “de todos os homens, os mais dignos de compaixão.”
Num sermão dado em 29 de marco de 1891, Charles Spurgeon proclamou,
“Se você me perguntar onde a glória de Deus é mais visível, não apontarei para a criação, nem para a providência, mas para a ressurreição de Jesus dentre os mortos. É certo que no silêncio da tumba não houve espectadores, mas o próprio Deus estava lá. Depois que a ação foi feita, houve muitos que contemplaram sua glória; e quando, ao encerrar sua jornada abaixo, ele ascendeu além das nuvens, todo o céu veio ao seu encontro, para contemplar o conquistador da morte e do inferno. Em sua ressureição, a glória de Deus foi descoberta.”6
As consequências são imensas se Jesus não ressuscitou dos mortos, como descrevem os estudiosos Gary Habermas e Michael Licona:
“Qualquer um pode alegar qualquer coisa. Jesus afirmou que estava falando a verdade de Deus. Quando alguém faz uma afirmação tão elevada, os críticos pedem, com razão, as provas. Os críticos de Jesus pediram-lhe um sinal, e ele disse que lhes daria um— sua ressurreição. É o teste pelo qual pudemos saber que ele estava dizendo a verdade. Tal teste histórico da verdade é exclusivo do cristianismo. Se Jesus não ressuscitou dentre os mortos, ele era um falso profeta e um charlatão que nenhuma pessoa racional deveria seguir. Por outro lado, se ele ressuscitou dos mortos, esse evento confirmou sua afirmação radical.”7
A historicidade da ressureição de Jesus é então, crucial para que o cristianismo seja levado a sério. Quando os Santos dos Últimos Dias deixam a igreja e se tornam ateus ou agnósticos, eu acho este um tópico poderoso para confrontar sua descrença. Se a ressureição é verdadeira, então o cristianismo é validado. Se não for, então o cristianismo pode ser desconsiderado. Simples assim.
A POSSIBILIDADE DE MILAGRES
Antes de prosseguirmos, é importante determinar se milagres são mesmo possíveis. Wayne Grudem define um milagre como “um tipo de atividade menos comum de Deus com o qual ele desperta o espanto e a admiração das pessoas e dá testemunho de si mesmo.”8 Eventos bíblicos sobrenaturais confirmam as mensagens de profetas, apóstolos e outros representantes de Deus.
No Velho Testamento, as dez pragas trazidas por Deus, assombrou os egípcios e culminou na morte de todos os seus filhos primogênitos e animais (Êxodos 11 e 12). As muralhas de Jericó caíram após os israelitas marcharem em volta da cidade (Josué 5:13–6:27). Elias foi vitorioso no Monte Carmelo quando Deus aceitou seu sacrifício e rejeitando a oferta dada pelos falsos profetas de Baal (1 Reis 18:16- 46). Muitos eventos semelhantes poderiam ser citados.
Os milagres também desempenharam um papel importante no ministério de Jesus. Como diz Norman Geisler, “Aqueles no Novo Testamento particularmente capturam nossa atenção, porque são bem atestados e revelam Jesus Cristo em seu poder sobre Satanás, a doença e a sepultura. O Novo Testamento mostra que o contínuo poder de Cristo estava presente na igreja primitiva.”9 Os governantes judeus reconheceram em João 3:1-2, que os milagres confirmavam a autoridade divina de Jesus.
Em Atos 2:22, Pedro pregou que Jesus era um “homem aprovado por Deus diante de vocês com milagres, prodígios e sinais, os quais o próprio Deus realizou entre vocês por meio dele, e como vocês mesmos sabem,” E Hebreus 2:3-4 afirma, “Esta, tendo sido anunciada inicialmente pelo Senhor, e depois nos foi confirmada pelos que ouviram. Também Deus testemunhou juntamente com eles, por meio de sinais, prodígios, vários milagres e a distribuição do Espírito Santo, segundo a sua vontade.”
Nem todo milagre feito por Jesus foi registrado. João 20:30-31 diz: “Na verdade, Jesus fez diante de seus discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram registrados para que vocês creiam que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenham vida em seu nome.” Dezenas de milagres na igreja primitiva, incluindo a cura de pessoas doentes (Atos 3:1-10; 5:12-16), a abertura das portas das prisões (Atos 5:19; 12:7; 16:25-26), e até a ressurreição dos mortos (Atos 20:7-12), são registrados.
Os milagres foram negados pelo cético do século XVIII David Hume, que achava que os eventos eram incríveis demais para serem acreditados. Aqueles que rejeitam milagres gostam de colocar esta pergunta desafiadora: “Se Deus pode fazer todas as coisas, Ele poderia construir uma rocha tão grande que Ele não poderia movê-la?” Tenha cuidado para não cair neste catch-22. Como Millard Erickson escreve, “Ele só pode fazer as coisas que são objetos próprios de seu poder. Assim, ele não pode fazer o logicamente absurdo ou contraditório.”10 Há, de fato, algumas coisas que Deus não pode e não vai fazer, incluindo:
- quebrar Suas promessas (Romanos 4:20-21; Hebreus 10:23)
- mentir (Números 23:19; Hebreus 6:17-18)
- ser tentado pelo mal (Tiago 1:13)
- cessar de ser Deus (Salmo 90:2)
- pecar (1 João 1:5; 3:3-5)
- criar outro Deus verdadeiro (Isaías 44:6-8)
Perguntar se Deus pode construir uma rocha tão grande que Ele não poderia movê-la é um erro categórico. É como perguntar qual é o cheiro ou gosto da cor azul. Azul é algo visto, não cheirado ou provado. Para brincar com a mente do cético, eu respondi mais de uma vez: “Sim, Deuspoderia fazer uma rocha tão grande que Ele não poderia movê-la. E então, Ele a moveria!” Afinal, dois podem jogar esse jogo mentalmente anestesiante!
A crença de que Deus é incapaz (ou não quer) fazer o que julgar necessário para trazer glória a Si mesmo é um exemplo de deísmo. Essa visão diz que Deus está além deste mundo (transcendente), mas não se envolve nos assuntos do mundo (imanente). Enquanto Thomas Jefferson, o terceiro presidente dos Estados Unidos, acreditava na história geral da Bíblia, ele rejeitava milagres e literalmente usou uma tesoura para cortar as histórias milagrosas para criar A Bíblia de Jefferson.
Embora tenha incluído a crucificação e morte de Jesus no final de sua compilação, Jefferson deixou de fora a história da ressurreição. Os Evangelhos terminam com João 19:41-42 e Mateus 27:60, que na versão de Jefferson, lê: “Agora, no lugar onde foi crucificado, havia um jardim, e no jardim um novo sepulcro, onde nunca um homem havia sido colocado. Ali deitaram Jesus, e rolaram uma grande pedra até a porta do sepulcro, e partiram.”11 Se este fosse o fim da história, toda a esperança estaria perdida. Deixada sozinha, a humanidade ficaria para sempre atrás da proverbial bola oito.
Ao contrário do deísmo, Deus se envolveu ao longo da história humana. Se um Deus onipotente existe, então eventos sobrenaturais devem ser possíveis, e a humanidade é melhor por isso. Norman Geisler e Ron Brooks explicam:
“O deísmo é inconsistente em sua premissa mais básica. Os deístas acreditam no maior milagre de todos (a Criação), mas rejeitam o que consideram ser todos os pequenos milagres. Se Deus foi bom o suficiente e poderoso o suficiente para criar o mundo, não é razoável supor que Ele poderia e cuidaria dele também? Se Ele pode fazer algo do nada, então Ele certamente pode fazer algo de algo; como, por exemplo, Jesus fez vinho com água.”12
Como descrito em Gêneses 1, o tempo, a matéria, o espaço e a energia foram criados instantaneamente do nada (creatio ex nihilo), em contraste a criação no Mormonismo, de pré-existente matéria (creatio ex materia), o que contradiz Hebreus 11:3. Diz, “Pela fé, entendemos que o universo foi formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não são visíveis.” Em outras palavras, Deus falou todas as coisas em existência. Como escrevem Josh McDowell e Dave Sterrett, “Agora, se Deus existe na realidade, e criou tudo como o conhecemos—toda a água, por exemplo—então não é um problema para Deus separar as águas do Mar Vermelho, ou para Jesus transformar água em vinho, acalmar aságuas da tempestade ou andar sobre as águas. Se o primeiro milagre de Gênesis 1:1 ocorreu, então outros milagres são possíveis.”13
Sem a possibilidade de milagres, a Bíblia não oferece nada mais do que boas histórias, platitudes banais e promessas impotentes. O resultado é nada menos do que um completo abandono por parte de Deus.
Mas, se os milagres forem possíveis, então faz perfeito sentido para o Criador estar intimamente envolvido com a humanidade e para Ele oferecer a Si mesmo como resgate (Mateus 20:28; 1 Timóteo 2:5-6).
PROFECIAS BÍBLICAS SOBRE JESUS
Historicamente, os crentes fiéis têm sido capazes de antecipar a obra futura de Deus por meio de profecias. No que diz respeito a Jesus, o Antigo Testamento fornece descrições específicas do Messias. Por um lado, ensina que Ele nasceria de uma virgem (Isaías 7:14) da semente de Abraão (Gêneses 12:1-3), e, mais especificamente, da tribo de Judá (Gêneses 49:10) e da casa de Davi (2 Samuel 7:12-17). Este evento foi predito para acontecer em Belém (Miquéias 5:2), com um mensageiro (João Batista), precedendo-O (Isaiah 40:3).
Isaías 35:5-6 diz,
“Então se abrirão os olhos dos cegos, e
se desimpedirão os ouvidos dos surdos;
os coxos saltarão como corças,
e a língua dos mudos cantará.”
Jesus cumpriu esta profecia de acordo com Mateus 9:35: “E Jesus percorria todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando todo o tipo de doenças e enfermidades.”
Talvez nenhuma outra profecia do Velho Testamento esteja tão clara quanto a que está revelada em Isaías 53. Dentre outras coisas, ela ensina nos primeiros seis versículos, que o Messias seria:
- desprezado e rejeitado
- um homem de dores
- afligido e sofrendo grandemente
- traspassado e esmagado
O versículo 7 diz,
“Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca.
Como cordeiro foi levado ao matadouro e,
como ovelha muda diante de seus tosquiadores,
ele não abriu a boca.” 14
Além disso, foi previsto que Ele seria enterrado no túmulo de um homem rico (v. 9),15 “as iniquidades deles levará sobre si” (v.11), 16 seria “contado com os transgressores” (v. 12),17 e “pelos transgressores intercedeu.” (v. 12).18 Outras descrições da morte humilhante de Jesus incluem:
- As pessoas zombariam Dele (Salmo 22:7-8; Mateus 27:31,39-44).
- Seus pés e mãos seriam perfurados (Salmo 22:16; Lucas 23:33) junto com o Seu lado (Zacarias 12:10; João19:34).
- Os soldados lançariam sortes pelas Suas vestes (Salmo 22:18; João19:23-24).
Também foi previsto que Jesus ressuscitaria dos mortos (Salmo 16:10; Marcos 16:6; Atos 2:30-31), subiria ao Céu (Salmo 68:18; Atos 1:9), e sentar-se-ia à direita do Pai (Salmo 110:1; Hebreus 1:3). Estas profecias foram feitas séculos antes do nascimento de Jesus, tirando a possibilidade de que eram nada mais do que palpites de sorte ou adivinhação do provável. Apenas para provar que Ele era quem dizia ser, Jesus previu Sua própria morte e ressurreição, conforme registrado em João 2:18-21 (ver também Mateus 12:40, Marcos 8:31 e João 10:17-18):
“Então os judeus lhe perguntaram: —Que sinal você nos mostra para fazer essas coisas? Jesus lhes respondeu:
—Destruam este santuário, e em três dias eu o levantarei. Os judeus responderam: —este santuário foi edificado em quarenta e seis anos, e você quer levantá-lo em três dias? Ele, porém, se referia ao santuário do seu corpo.”
Depois que Jesus foi crucificado, os discípulos esqueceram Suas palavras proféticas, embora os líderes religiosos judeus se lembrassem. De acordo com Mateus 27:62-63, os fariseus se aproximaram de Pôncio Pilatos após a morte de Jesus e disseram: “—Senhor, nós nos lembramos que aquele enganador, enquanto vivia, disse: Depois de três dias ressuscitarei.” Imagine o choque dos discípulos quando finalmente perceberam o que Jesus vinha dizendo o tempo todo!
A MORTE DE JESUS
Para haver uma ressurreição, uma morte deve primeiro acontecer. Como saber se Jesus realmente morreu na cruz? Alguns céticos afirmam que Jesus foi retirado da cruz antes de ter a chance de morrer e que o ar úmido no sepulcro, juntamente com as especiarias perfumadas, O reviveram. Essa teoria do “desmaio” ou “morte aparente” afirma que Jesus teve a oportunidade de escapar para que pudesse fazer aparições aos discípulos antes de morrer.
Houve uma série de televisão policial na década de 1970, estrelada pelo ator Peter Falk, que interpretou o tenente Frank Columbo. Nos primeiros quinze minutos de cada episódio de duas horas, o público assistia a um assassinato. Após o intervalo comercial, o tenente chegava ao local. Vestindo uma jaqueta de chuva enrugada enquanto segurava um pedaço de charuto na mão direita, o detetive atrapalhado parecia ser tudo, menos uma ameaça ao assassino real quem o público já sabia ter criado um suspeito mais provável para ser o culpado em seu lugar.
“Algo não parece certo”, costumava dizer o tenente Columbo em seu sotaque italiano de Nova York, enquanto questionava o real assassino com pergunta após pergunta. Ao final do programa, o assassino era exposto por ter que responder a tantas perguntas.19
Sobre a morte de Jesus e em refutação do desmaio, aqui estão perguntas que um detetive como o tenente Columbo poderia fazer (com respostas usando informações dos relatos bíblicos):
O que aconteceu com Jesus antes de ser pregado na cruz? Ele estava exausto e não dormiu na noite anterior; até mesmo Seus discípulos não puderam ficar acordados no Jardim do Getsêmani, na noite de quinta-feira / manhã de sexta-feira.
É aqui que Ele sangrou (Lucas 22:44). Jesus foi preso na manhã de sexta-feira antes que os soldados zombassem e O espancassem (Mateus 27:30). Eles também O açoitaram com um chicote com três tiras de couro embutidas com pedaços de osso, pedras e metal. Este instrumento de tortura rasgou a carne, preparando o terreno para o choque circulatório. Houve uma grande perda de sangue, outra razão pela qual Jesus ficou tão fraco que não podia carregar a cruz (Mateus 27:32).
O que se sabe sobre os resultados da crucificação? Não há evidências de que alguma vítima tenha sobrevivido à crucificação. A palavra excruciado vem de crucificação, como ex (fora de) e crux (cruz) significa literalmente “fora da cruz”. Os pregos batidos nos pulsos e pés de uma pessoa teriam cortado nervos e artérias. Novamente, causando uma grande perda de sangue, sem chance de uma transfusão moderna. Nenhuma vítima teria escapado da morte.
Que provas havia de que Jesus não havia sido drogado e desmaiado? Embora Marcos 15:36 diga que Ele recebeu vinho azedo, isso não seria suficiente para intoxicar.
O que os soldados fizeram quando Jesus parecia estar morto na cruz? De acordo com o relato em João 19:34, um soldado pegou uma lança e perfurou o lado de Jesus. Sangue e água jorraram, testemunhando a morte de Jesus.
Onde colocaram o corpo depois de tirá-lo da cruz? Um líder judeu (José de Arimatéia) doou seu próprio túmulo e colocou Jesus lá, depois de envolver Seu corpo em uma mortalha de linho (Mateus 27:57-61).
Parece improvável que Jesus pudesse ter fingido morrer apenas para escapar mais tarde. Se a teoria do desmaio deve ser levada a sério, estas perguntas adicionais devem ser feitas:
- Como Jesus se desvencilhou dos panos com que estava envolto? (Mateus 27:59)?
- Com graves lesões nos pulsos e pés, (pregos atravessados nos pulsos e canelas), como poderia Jesus ter se levantado e movido a grande pedra colocada na entrada do sepulcro, quando não tinha uma alavanca por dentro?
- Teriam os soldados romanos, que estavam postados para guardar o túmulo, (Mateus 27:62-66), arriscado suas vidas para deixar Jesus escapar, especialmente quando a penalidade por deixar isto acontecer seria a pena de morte?
- Como Jesus estava em Emaús, localizada a mais de nove quilômetros de distância, para conversar com dois de Seus seguidores, naquele domingo à tarde (Lucas 24:13-35)?
- Como Jesus retornou à Jerusalém naquela mesma noite (Lucas 24:36-49)?
Não há como Jesus ter sobrevivido à crueldade ocorrida na cruz. Como relatou o Journal of the American Medical Association,
“Claramente, o peso das evidências históricas e médicas indica que Jesus estava morto antes que a ferida ao Seu lado fosse infringida, e apoia a visão tradicional de que a lança, enfiada entre suas costelas direitas, provavelmente perfurando não só o pulmão direito, mas também o pericárdio e coração e assim, garantiu sua morte. Assim, interpretações baseadas na suposição de que Jesus não morreu na cruz parecem estar em desacordo com o conhecimento médico moderno.”20
A CRUZ E UM TÚMULO VAZIO
O símbolo da cruz é controverso com os santos dos últimos dias, já que os líderes da igreja parecem ter repulsa a qualquer menção ao sangue e à morte de Jesus. Por exemplo, o Presidente SUD Gordon B. Hinckley escreveu: “Mas, para nós, a cruz é o símbolo do Cristo moribundo, enquanto nossa mensagem é uma declaração de um Cristo Vivo.”21 Em vez da cruz, o mormonismo enfatiza o Jardim do Getsêmani. Por exemplo, o apóstolo SUD Bruce R. McConkie escreveu:
Onde e em que circunstâncias foi feito o sacrifício expiatório do Filho de Deus? Foi na Cruz de Calvário ou no Jardim do Getsêmani? É para a Cruz de Cristo que a maioria dos cristãos olha quando centra sua atenção na expiação infinita e eterna. E certamente o sacrifício de nosso Senhor foi completado quando ele foi levantado pelos homens; além disso, essa parte de sua vida e sofrimento é mais dramática e, talvez, mais comovente a alma. Mas, na realidade, a dor e o sofrimento, o triunfo e a grandeza da expiação ocorreram principalmente no Getsêmani”.22
Até mesmo o uso de uma cruz decorativa foi considerado ofensivo pelo décimo presidente SUD, Joseph Fielding Smith:
“Como nosso Salvador morreu na cruz, o uso de cruzes é para a maioria dos santos dos últimos dias, de péssimo gosto e inconsistente à nossa adoração. De todas as formas já inventadas para tirar a vida e para a execução de indivíduos, entre as mais cruéis está provavelmente a cruz. Este era um método favorito entre os romanos que se destacavam na tortura. Podemos ter certeza de que, se nosso Senhor tivesse sido morto com um punhal ou com uma espada, iria ser muito estranho se religiosos de hoje agraciassem tais armas através de usá-las e adorá-las por ter sido por meio delas que nosso Senhor foi posto à morte.” 23
Paulo rebateu tal argumento em 1 Coríntios 1:22-25:
“Porque os judeus pedem sinais e os gregos buscam sabedoria, mas nós pregamos o Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios. Mas, para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, Cristo é o poder de Deus e a sabedoria de Deus.
Porque a loucura de Deus é mais sábia que a sabedoria humana, e a fraqueza de Deus é mais forte que a força humana.”
O filme A Paixão de Cristo, de 2004, chocou muitos cinéfilos. Alguns diretores de teatro relataram que pipocas e bebidas foram deixadas embaixo dos assentos, praticamente intocadas pelo público que ficou abalado com as cenas perturbadoras. De fato, o diretor do filme, Mel Gibson, retratou, em detalhes muito vívidos, o horror extremo a que Jesus foi submetido, em suas últimas horas, horas finais de vida.
Enquanto a liderança SUD gostaria de se distanciar da imagem poderosa do que aconteceu na cruz, a Bíblia diz que é somente através do sangue derramado de Jesus que a expiação se torna eficaz. Levíticos 17:11 diz, “Porque a vida da carne está no sangue. Eu o tenho dado a vocês sobre o altar, para fazer expiação pela vida de vocês, porque é o sangue que fará expiação pela vida.”
De acordo com Hebreus 9:11-28, o sangue dos animais sacrificados prenunciou o que aconteceria com Jesus. O versículo 22 diz que “sem derramamento de sangue não há remissão.” J.C. Ryle, bispo de Liverpool, Inglaterra, do século XIX, afirmou, “Nunca podemos dar importância demais à morte expiatória de Cristo. É o fato principal na palavra de Deus, sobre o qual os olhos de nossa alma devem estar sempre fixos. Sem o derramamento de seu sangue, não há remissão do pecado. É a verdade cardinal sobre a qual se baseia todo o sistema do cristianismo.”24º
Como disse Robert Bowman,
“A importância da ressurreição de Jesus para o cristianismo não tem como ser exagerada. É um pressuposto básico da fé cristã: Como Senhor ressuscitado, Jesus venceu o pecado e a morte em nosso favor, foi exaltado ao trono do céu à direita do Pai e enviou o Espírito Santo para nos dar vida nova e nos tornar povo de Deus através da fé em Cristo. É por isso que a ressurreição de Cristo é um elemento-chave no Credo dos Apóstolos, no Credo Niceno e na maioria das outras confissões e declarações de fé que os cristãos escreveram ao longo da história da igreja.”25
Alguém pode perguntar por que Deus não poderia simplesmente ter estalado Seus dedos e perdoado os pecados de todos.
Millard Erickson diz que aqueles que fazem esse apelo falham “em considerar quem Deus realmente é… Mas para Deus remover ou ignorar a culpa do pecado sem exigir um pagamento, seria destruir de fato a própria fibra moral do universo, a distinção entre o certo e o errado. Um problema adicional é que Deus é um Ser de infinita, ou perfeita, santidade e bondade. Uma ofensa contra Ele é muito mais grave do que uma ofensa contra um ser humano pecador comum.”26 Aqueles que participaram na morte de Jesus, desempenharam um papel integral no plano de Deus.
Em seu primeiro sermão registrado em Atos 2:22-23, o apóstolo Pedro disse a uma audiência judaica: “Israelitas, escutem o que vou dizer: Jesus, o Nazareno, homem aprovado por Deus diante de vocês com milagres, prodígios e sinais, os quais o próprio Deus realizou entre vocês por meio dele, como vocês mesmos sabem, a este entregue conforme o plano determinado e a presciência de Deus, vocês mataram, crucificando-o por meio de homens maus.”
Ele também disse em Atos 4:27-28, “—Porque de fato, nesta cidade, Herodes e Pôncio Pilatos, com gentios e gente de Israel, se juntaram contra o teu santo Servo Jesus, a quem ungiste, para fazerem tudo o que a tua mão e o teu propósito determinaram.” Este evento foi predito por Jesus na Última Ceia em Lucas 22:22 quando Ele profetizou, “Pois o Filho do Homem vai segundo o que está determinado.”
Paulo disse em 1 Coríntios 1:18 que “a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, ela é o poder de Deus.” Ele acrescentou em 1 Coríntios 2:2 que “decidi nada saber entre vocês, a não ser Jesus Cristo, e este, crucificado.” E Paulo disse em Gálatas 6:14, “longe de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Cristo.” John MacArthur e Richard Mayhue explicam como “Herod, Pilatos, Judas, e os judeus conspiraram para provocar a crucificação porque queriam livrar-se desse homem que os acusava de seus pecados. Mas Deus ordenou o mal da cruz para o bem que ela traria, a saber, a salvação de seu povo de seu pecado.”27
Não há como contornar a cruz, como Ryle salientou “a menos que você conheça o poder da cruz de Cristo por experiência, a menos que você saiba e sinta dentro de si que o sangue derramado naquela cruz lavou seus próprios pecados particulares, e a menos que você esteja disposto a confessar que sua salvação depende inteiramente da obra que Cristo fez na cruz, Cristo não lhe será de nenhum proveito.” Em seguida, avisou, “Enquanto viver, tome cuidado com uma religião em que pouco se fala da cruz. Vivem em tempos em que este aviso é tristemente necessário. Cuidado, volto a dizer, com uma religião sem a cruz.”28
Devido a sua importância simbólica, muitas igrejas têm uma cruz dentro de seu santuário. Além disso, muitos cristãos usam cruzes no pescoço e exibem orgulhosamente este símbolo em suas casas. Para os crentes, há um simbolismo poderoso na cruz, com tanto significado quanto um alfinete de Morôni, ou as suas roupas representativas do templo, podem ser para alguns mórmons. Paul Copan explica como ele respondeu a um muçulmano que zombou da cruz:
“Como podem os cristãos usar com orgulho o instrumento da tortura e da humilhação? Se seu irmão fosse morto em uma cadeira elétrica, você usaria uma cadeira elétrica no pescoço?” Respondi que dependeria: “Se meu irmão fosse Jesus de Nazaré e sua morte em uma cadeira elétrica trouxesse minha salvação e fosse o meio pelo qual o mal fosse derrotado e a criação renovada, então ele teria transformado um símbolo de vergonha e punição em algo glorioso.”29
Este símbolo representa o que Jesus fez “para que o mundo fosse salvo por ele.” (João 3:17).
QUATRO FATOS QUE SUSTENTAM A RESSURREIÇÃO FÍSICA
Felizmente para o cristianismo, a história de Jesus não terminou na cruz. A ressurreição é a afirmação de que Jesus literalmente ressuscitou dos mortos. Aqui estão quatro razões que apoiam esta teoria como precisa.30
- Após Sua crucificação, Jesus foi sepultado no túmulo de José da Arimatéia, um líder religioso judeu.
- A localização do túmulo era conhecida.
- Não parece provável que uma autoridade religiosa judaica teria sido incluída na história da ressureição, a não ser que fosse factual.
- Não há outras histórias antigas sobre sepultamento que possam competir com esta história.
2. No domingo seguinte à crucificação, o túmulo de Jesus foi encontrado vazio por um grupo de seguidoras.
- O relato evangélico mais antigo, (Marcos), inclui este material.
- Praticamente todos os estudiosos bíblicos—conservativos, assim como liberais—aceitam o túmulo vazio.31
- As mulheres, (cidadãs de segunda classe naquela região), foram as primeiras a ver Jesus.Os discípulos consideravam uma ressurreição física, (Lucas 24:10- 11), um resultado extremamente improvável.
- Se o túmulo não estivesse vazio, não teria feito nenhum sentido para os líderes judeus terem subornado os soldados para mentirem e dizer que o corpo havia sido roubado (Mateus 28:11-15).
3. Em ocasiões múltiplas e sob várias circunstâncias, diferentes indivíduos e grupos de pessoas afirmaram ter encontrado Jesus ressuscitado.(1 Coríntios 15:1-8).
- Jesus apareceu para vários indivíduos (Pedro, Tiago, Paulo).
- Ele também fez aparições aos “Doze” e um grupo conhecido como “todos os apóstolos.”
- Houve uma aparição para mais de 500 crentes.Jesus foi fisicamente tocado por Tomás em João 20:24-29. Um espírito não possui carne e ossos.
- Para mostrar que tinha um corpo físico, Jesus ingeriu alimentos em quatro diferentes ocasiões, como está descrito em Lucas 24:30,42- 43; João 21:12-13; e Atos 1:4.
4. Os doze apóstolos insistiram em afirmar que Jesus ressuscitou dos mortos.
- Enquanto os apóstolos são retratados como duvidosos que facilmente ficavam confusos, eles não eram pessoas tipicamente enganosas ou imorais.
- Não havia motivo para eles roubarem o corpo, (como foi originalmente alegado pela liderança judaica em Mateus 28:13). Nenhuma das três razões pelas quais as pessoas tipicamente enganam, (ganância financeira, desejo sexual ou relacional, ou busca de poder), eram motivos realistas para os apóstolos.32
- Se esses homens não acreditassem que a ressureição fosse verdade, seria altamente improvável pensar que eles riscariam prisão ou morte para publicamente afirmar a ressureição, apenas a algumas semanas após a morte de Jesus.
- De acordo com a tradição da igreja, todos, menos um dos doze apóstolos, foram à morte como mártires. Geralmente, as pessoas estão dispostas a morrer pelo que sabem ser verdade, mas não por aquilo que sabem que não é verdadeiro.
QUATRO TEORIAS ALTERNATIVAS
Além da teoria do desmaio, os céticos ofereceram teorias adicionais nos últimos dois milênios, especialmente durante os últimos três séculos. William Lane Craig, que passou dois anos de sua vida estudando a ressureição, escreve: “Desde quando os discípulos começaram a proclamar que Jesus havia se levantado dentre os mortos, alguns têm negado a ressureição histórica e tentado encontrar meios para explicar as evidências através de teorias alternativas.”
Craig acrescenta que a maioria delas “têm provado ser becos sem saída e têm sido unanimemente rejeitadas pela erudição contemporânea.” Ainda assim, ele acredita que vale a pena considerar essas teorias desmascaradas porque “a pessoa média hoje, cristã ou não-cristã, em grande parte não tem consciência de que elas são, na verdade, becos sem saída.”33
Devido ao espaço limitado, vamos considerar apenas quatro destas teorias enquanto levantamos questões pertinentes, em estilo de detetive:
- Túmulo desconhecido. Jesus foi enterrado em uma cova comum desconhecida pelos discípulos. A “ressurreição” aconteceu porque ninguém sabia onde o túmulo estava localizado.
- Não era esse o túmulo de José da Arimatéia? Este fato o faz ser um túmulo conhecido.
- A localização não era conhecida pelos soldados romanos? Pelas mulheres que prepararam o corpo de Jesus? Pelos romanos que postaram uma guarda lá? Pelos líderes judeus que ordenaram que soldados fossem postados em frente? Se assim for, então as autoridades somente precisavam investigar a tumba onde o corpo foi depositado.
- Por que os líderes judeus inventariam uma mentira sobre o que aconteceu com o corpo, (ou seja, os discípulos o roubaram?) Não estariam eles motivados a achar o corpo?
- Se o corpo nunca foi encontrado, por que os discípulos alegaram que Jesus ressuscitou? Crer que Jesus não havia ressuscitado e inventar histórias sobre isso os tornaria mentirosos.
- Se eles sabiam que Jesus não havia ressuscitado, por que todos os discípulos com exceção de um, (João), sofreram mortes torturantes que poderiam ser evitadas? Alguns podem morrer por algo que acreditam ser verdade, mas raramente alguém morrerá por uma mentira.
Conclusão: Muitas pessoas sabiam onde o túmulo de José estava localizado. Os inimigos de Jesus teriam sido motivados a encontrar o túmulo certo e produzir o corpo. Se o corpo foi perdido e nunca encontrado, os discípulos não tinham motivos para pregar uma ressurreição corporal.
2. Alucinação. Os seguidores de Jesus se envolveram tão emocionalmente com a expectativa messiânica de Jesus que suas mentes projetaram visões ou alucinações de um Jesus ressuscitado. Esta teoria é muitas vezes ligada à sugestão de que a ressurreição não foi nada mais do que uma lenda, criada muito mais tarde.
- Como é possível para várias pessoas terem simultaneamente, visões e alucinações?
- Uma vez que uma alucinação é baseada no conhecimento prévio ou entendimento de uma pessoa, e já que os seguidores mais próximos de Jesus não tinham esperança de uma ressurreição (por exemplo, escondendo-se com medo depois que Jesus morreu), como todos eles poderiam ter tido uma alucinação do mesmo inesperado evento?34
- E as 500 testemunhas? (1 Coríntios 15:6)? Se o evento fosse uma alucinação, teria sido arriscado para Paulo encorajar seus leitores a entrar em contato com as “testemunhas” e descobrir que a ressurreição não era real.
- Por que os escritores evangélicos incluíram o detalhe embaraçoso de que as mulheres foram as primeiras testemunhas? (João 20:1-18))? Craig explica,
“Os primeiros crentes não teriam motivo para humilhar seus líderes e fazê-los de covardes e as mulheres de heroínas …Seria inútil para os primeiros crentes fabricar uma história de uma aparência para mulheres legalmente desqualificadas.”35
- Por que João relatou que Jesus não foi apenas visto, mas também tocado fisicamente? ( João 20:24-28)?
- Não leva muitos anos após o fato para que uma lenda se torne crível?
Conclusão: As evidências sugerem fortemente que os primeiros cristãos acreditavam que experienciaram a ressurreição, o que negaria qualquer história lendária que levaria muitos anos para se desenvolver.
3. Ressurreição Existencial. Uma ressurreição histórica nunca pode ser provada, mas não é necessária. O mais importante é que Cristo ressuscitou no coração de uma pessoa.
- Por que foi Paulo tão inflexível em 1 Coríntios 15 que uma ressureição física, não espiritual, é importante?
- De que adianta um sentimento caloroso e confortante se a ressurreição não é histórica?
- E o testemunho de 500 pessoas que afirmaram terem visto Jesus em um estado ressurreto?
- Por que os discípulos estavam dispostos a morrer quando teriam sabido que seus sentimentos eram baseados em emoções e não na realidade?
Conclusão: Os discípulos não estavam interessados em um resultado emotivo. Eles estavam mais interessados em seguir a verdade.
4. O Túmulo de Jesus. Esta é uma teoria mais recente desenvolvida pelo diretor de cinema James Cameron (Titanic) e divulgada em um documentário de 2007 que foi ao ar no Discovery Channel. Afirma que Jesus só foi sepultado temporariamente no túmulo de José de Arimatéia antes que Seu corpo fosse movido para outro túmulo a menos de um quilômetro de distância, num subúrbio de Jerusalém (Talpiot). Originalmente descoberto em 1980, seis dos dez ossuários do século I (caixas de ossos feitas de calcário) contendo 17 esqueletos, tinham inscrições na lateral das caixas, como “Jesus, Filho de José”, “Judá, filho de Jesus”, “Matia”, “Maria” e “Mariamne Mara”, que, segundo a teoria, pode ter sido Maria Madalena, a esposa de Jesus.
- Por que Jesus teria sido sepultado em Jerusalém? Ele era de Nazaré, na Galiléia, um lugar mais lógico para um túmulo de família.
- Por que o guarda postado ao lado de fora da sepultura permitiria que o corpo fosse levado para outra?
- Como sabemos que esses ossuários continham os ossos de Jesus e Seus parentes? De fato, 75 porcento de todos os nomes em Israel do século I envolviam apenas 16 diferentes nomes de homens e mulheres. Jesus, José, Maria, e Mateus eram alguns dos nomes mais usados naquela cultura. A chance desse aglomerado de nomes ser encontrado em uma tumba é de cerca de 1 em 600, o que não são probabilidades impossíveis.
- Por que o diferente DNA encontrado no ossuário “Mariamne Mara,” tenta sugerir alguma conexão com Jesus, já que a ideia de Ele ter tido uma esposa é pura conjectura?
- E quanto à tradição primitiva que aponta para a Igreja do Santo Sepulcro em Jerusalém, como o local onde Jesus foi crucificado e sepultado? Parece improvável que o túmulo de José de Arimatéia tivesse algum significado se não houvesse a ressurreição ocorrendo naquele túmulo, em particular.
Conclusão: Evidências circunstanciais são perigosas. Vários arqueólogos que foram entrevistados para o documentário do Discovery Channel, incluindo o agnóstico Shimon Gibson, não concordam com a conclusão do produtor do filme. Eles alegaram que suas entrevistas gravadas foram feitas para fazer parecer que concordaram com esse produtor, quando não o fizeram.36
CONCLUSÃO
As teorias que insistem que Jesus não ressuscitou dos mortos carecem de apoio histórico e, como Craig explica, “é preciso mais fé para acreditar nessas teorias do que para acreditar que Jesus realmente ressuscitou dos mortos.”37 Ele acrescenta: “Uma das maiores fraquezas das explicações alternativas para a ressurreição é sua incompletude: elas falham em fornecer uma explicação abrangente, ampla de todos os dados. Em contraste, a ressurreição fornece uma exposição simples e abrangente de todos os fatos, sem distorcê-los. Portanto, é a melhor explicação.”38
Em 1Pedro 1:3 diz que Deus “nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos.” Há
poder na cruz e a vitória sobre a morte Jesus alcançou ao ressuscitar dos mortos. O cantor do século XIX Ralph E. Hudson escreveu o refrão de “At the Cross” escrito por Isaac Watts, (1674-1748), e fez essa observação saliente:
Na cruz, na cruz, onde pela primeira vez, vi a luz,
E o peso no meu coração se foi,
Foi lá pela fé que recebi a minha visão,
E agora estou feliz o dia todo!39
Fale para o seu amigo SUD que há esperança além dos muros da Igreja SUD, mas ela só pode ser encontrada em Jesus. Para quem acredita, a ressurreição é nada menos que um divisor de águas.
QUESTÕES PARA DISCUSSÃO
- Por que a capacidade de Deus de intervir no mundo é crucial para o caso do cristianismo?
- A teoria do desmaio descreve como Jesus não estava morto quando colocado no sepulcro. Forneça três razões pelas quais Jesus deve ter morrido. Por que a morte de Jesus é necessária para que o cristianismo seja verdade?
- Por que não faz sentido que os discípulos tenham roubado o corpo de Jesus?
- Você concorda com J.C. Ryle quando ele disse, “Enquanto viverdes, cuidado com uma religião em que pouco se fala da cruz”? Por que esse símbolo é tão importante para os crentes cristãos?
- A maioria dos santos dos últimos dias crê na morte e na ressureição de Jesus. Por que, então, você acha que este capítulo foi incluído num livro descrevendo doutrinas cristãs básicas, quando mórmons e cristãos geralmente concordam? (Dica: pense na mentalidade de uma pessoa que deixa o mormonismo e está contemplando a verdade.)
RECURSOS RECOMENDADOS
Recursos de nível básico
Josh e Sean McDowell, Resurrected: Experience Freedom from the Fear of Death (Eugene, OR: Harvest House Publishers, 2012).
John Piper, The Passion of Jesus Christ (Wheaton, IL: Crossway, 2004).
Recursos de nível médio
Robert M. Bowman Jr., Jesus’ Resurrections and Joseph’s Visions: Examining the Foundations of Christianity and Mormonism (Tampa, FL: DeWard Publishing, 2020).
Gary R. Habermas and Michael R. Licona, The Case for the Resur- rection of Jesus (Grand Rapids, MI: Kregel, 2004).
William Lane Craig, The Son Rises: Historical Evidence for the Resur- rection of Jesus (Eugene, OR: Wipf & Stock Publishers, 2001).
CAPÍTULO 6 — A RESSURREIÇÃO:
O ALICERCE DO CRISTIANISMO
- A frase “que a paz esteja com ele”, é usada por muitos muçulmanos sempre que o nome de um de seus profetas é escrito ou mencionado em voz alta. Jesus é considerado um dos sete maiores profetas de Alá (Deus).
- Esta tradução do livro de escrituras do Islã é tirada de Abdullah Yusuf Ali, The Meaning of the Holy Qur’an (Brentwood, MD: Amana Corporation, 1992). Uma nota de rodapé diz: “O fim da vida de Jesus na terra está tão envolvido em mistério quanto seu nascimento…Não é proveitoso discutir as muitas dúvidas e conjecturas entre as primeiras seitas cristãs e entre os teólogos muçulmanos.” Ali acrescentou que, para os cristãos, a morte e a ressurreição ‘são necessárias para a doutrina teológica do sacrifício de sangue e expiação vicária pelos pecados, que é rejeitada pelo Islã.”
- O imã estava se referindo ao Evangelho apócrifo de Barnabé para apoiar sua afirmação. No entanto, este livro não foi escrito antes do século XV e pode ter sido escrito por um muçulmano. Ver “Gospel of Barnabas,” Norman L. Geisler, Baker Encyclopedia of Christian Apologetics (Grand Rapids, MI: Baker Books, 1999), 67-68.
- A violência ocorreu durante a época das Cruzadas, pois tanto cristãos quanto muçulmanos estavam errados. Ainda assim, uma religião nunca deveria ser julgada com base no mau comportamento de alguns de seus adeptos. Ironicamente, esse homem, (um imigrante da Síria), uma vez me falou em uma conversa privada, como ele achava injusto que os americanos julgassem injustamente o Islã, com base nos eventos de 11/9.
- William Lane Craig, The Son Rises: Historical Evidence for the Resurrection of Jesus (Eugene, OR: Wipf & Stock Publishers, 2001), 40. Itálico no original.
- Ver archive.spurgeon.org/sermons/2197.php.
- Gary R. Habermas e Michael R. Licona, The Case for the Resurrection of Jesus (Grand Rapids, MI: Kregel, 2004), 26-27. Itálico no original.
- Wayne Grudem, Systematic Theology: An Introduction to Biblical Doctrine (Grand Rapids, MI: Zondervan Academic, 1994), 355. Itálico no original.
- Geisler, Baker Encyclopedia of Christian Apologetics, 488.
- Millard J. Erickson, Christian Theology (Grand Rapids, MI: Baker Book House, 1986), 1:277.
- Thomas Jefferson, The Jefferson Bible: The Life and Morals of Jesus of Nazareth (Boston, MA: Bea- con Press, 1904), 146. Ortografia intacta. A palavra comumente usada naqueles dias era sepulcro.
- Norman Geisler e Ron Brooks, When Skeptics Ask: A Handbook on Christian Evidences (Whea- ton, IL: Victor Books, 1990), 41.
- Josh McDowell e Dave Sterrett, Is the Bible True…Really? (Chicago, IL: Moody Publishers, 2011), 55. Itálico no original.
- Cumprido em Mateus 27:12-14. Ver Atos 8:32 e 1 Pedro 1:17-19.
- Cumprido em Mateus 27:57-60.
- Cumprido em Mateus 20:28.
- Cumprido em Mateus 27:38.
- Cumprido em Lucas 23:43.
- Greg Koukl descreve esta stratégia na Parte 1 de seu livro Tactics: A Game Plan for Discussing Your Christian Convictions (Grand Rapids, MI: Zondervan, 2019).
- William D. Edwards, Wesley J. Gabel, and Floyd E. Hosmer, “On the Physical Death of Jesus Christ,” Journal of American Medical Association, March 21, 1986, 1463. O artigo pode ser encontrado em jamanetwork.com/journals/jama/article-abstract/403315.
- Gordon B. Hinckley, “The Symbol of Our Faith,” Ensign, April 2005, 3.
- Bruce R. McConkie, Doctrinal New Testament Commentary (Salt Lake City, UT: Bookcraft, 1965), 1:774. Para mais informações, consulte mrm.org/gethsemane-atonement.
- Joseph Fielding Smith, Answers to Gospel Questions (Salt Lake City, UT: Deseret Book, 1963), 4:17.
- J.C. Ryle, Matthew: Expository Thoughts on the Gospels (Abbotsford, WI: Aneko Press, 2019), 296.
- Robert M. Bowman Jr., Jesus’ Resurrection and Joseph’s Visions: Examining the Foundations of Chris- tianity and Mormonism (Tampa, Fl: DeWard Publishing, 2020), 16.
- Erickson, Christian Theology, 2:816. Elipse minha.
- John MacArthur e Richard Mayhue, Biblical Doctrine (Wheaton, IL: Crossway, 2017), 492. Itálico no original.
- J.C. Ryle, The Cross: Crucified with Christ and Christ Alive in Me (Abbotsford, WI: Aneko Press, 2019), 14-15. Itálico no original.
- Paul Copan, Is God a Moral Monster?: Making Sense of the Old Testament God (Grand Rapids, MI: Baker Books, 2011), 33.
- Estes pontos vêm de um debate de 18 de setembro de 1997, entre William Lane Craig e o ateu Gerd Lüdemann, em Boston College. Lüdemann considerava-se cristão naquele debate, mas mais tarde, decidiu que era ateu. Paul Copan and Ronald K. Tacelli, eds., Jesus’ Resurrection Fact or Figment? A Debate Between William Lane Craig e Gerd Lüdemann (Downers Grove, IL: Inter- Varsity Press, 2000), 32-35.
- Várias dezenas de estudiosos proeminentes são usados como apoio por William Lane Craig em The Son Rises: Historical Evidence for the Resurrection of Jesus (Eugene, OR: Wipf & Stock Publishers, 2001), 84-85.
- Essas são as três principais razões pelas quais as pessoas mentem e cometem crimes, mas nenhuma delas se encaixa na situação dos discípulos, de acordo com J. Warner Wallace, Cold-Case Christianity: A Homicide Detective Investigates the Claims of the Gospels (Colorado Springs, CO: David C. Cook, 2013), 239-40.
- Craig, The Son Rises, 23.
- Ibid., 127. Craig reporta que, “Mesmo que Jesus tenha previsto Sua ressurreição, os evangelhos são claros que os discípulos não O entenderam. Eles não tinham nenhuma concepção de um Messias moribundo, muito menos ressuscitado, pois as Escrituras diziam que o Messias reinaria para sempre (Isaías 9:7; compare com João 12:34). Assim, a crucificação de Jesus destruiu quaisquer esperanças que pudessem ter alimentado de que Ele era o Messias.”
- Ibidem, 77, 118.
- Para uma visão geral dos problemas com o “Túmulo de Jesus”, consulte Gary Habermas, The Secret of the Talpiot Tomb: Unraveling the Mystery of the Jesus Family Tomb (Nashville, TN: Holman, 2008). Um vídeo intitulado Expedition Bible: Jesus Tomb Unmasked de Joel Kramer está disponível no Amazon Prime Video.
- Craig, The Son Rises, 85.
- Ibidem, 120-21.
- Hymns for the Family of God (Nashville, TN: Paragon Associates Inc., 1972), 95.
Para o índice da tradução em Português de “Apresentando o Cristianismo aos Mórmons,” clique aqui.
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