CAPÍTULO 1
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A BÍBLIA– Revelação Especial de Deus
“A erva seca e as flores caem, mas a palavra do nosso Deus permanece para sempre.”
ISAÍAS 40:8
PRÉVIA DO CAPÍTULO
De acordo com o Mormonismo, a Bíblia é verdadeira somente “desde que esteja traduzida corretamente.” Se esta alegação estiver afirmando que os antigos escribas intencionalmente corromperam o texto bíblico, então, a palavra “traduzida” aqui, não é o termo correto. Ao invés, ‘transmitida”, seria o mais acurado. Apesar dos textos originais de qualquer dos livros do Antigo Testamento não existirem mais, uma descoberta arqueológica em 1947, eventualmente, levou à descoberta de 11 cavernas contendo centenas de documentos chamados de Pergaminhos do Mar Morto. E mais, trabalhos arqueológicos feitos em terras bíblicas, dão suporte a idéia de que os povos, lugares e eventos descritos na Bíblia, são históricos e não mitológicos. Em suma, a Bíblia tem sido transmitida propriamente e deve ser considerada como a revelação especial de Deus para ajudar os crentes a entender de forma correta, sobre doutrinas e comportamento. | |
Dave aproximou-se de mim numa noite de princípio de verão, enquanto eu passava material de informação cristã às pessoas, justo na linha de demarcação da área que leva ao Temple Square em Salt Lake City.
“Você crê na Bíblia com todos os problemas que ela tem?” ele me perguntou, se posicionando à minha frente na calçada.
Ele não me deu a chance de responder antes que ele continuasse.
“Nossa igreja produziu um documento chamado “Regras de Fé.” Seu oitavo artigo declara que, ‘Cremos ser a Bíblia a palavra de Deus desde que esteja traduzida corretamente.’ Enquanto a Bíblia faz parte das nossas escrituras, nós estamos conscientes de que ela não pode ser completamente confiável.”
Ele estava citando uma das “13 Regras de Fé,” escritas por Joseph Smith, que estão incluídas no final da escritura chamada “Pérola de Grande Valor.” Quando uma passagem bíblica ou um versículo sugerido por um cristão, parece estar em conflito com um ensinamento exclusivo SUD, a oitava Regra de Fé é frequentemente citada por Mórmons como contraponto.
Antes que pudéssemos continuar, precisava fazer a distinção entre os significados de tradução e transmissão.
“Em sua mente, o que “tradução” significa?” perguntei.
“Significa trazer palavras de uma língua e colocá-las numa outra, como do espanhol para o inglês,” ele disse.
“Exatamente,” eu disse. “Se isto fosse o que se quer dizer, então eu concordaria que uma tradução ruim da Bíblia seja possível.”
Eu expliquei como a Bíblia tem sido traduzida através dos últimos sete séculos. Os antigos pioneiros que aceitaram este enorme trabalho, o fizeram abaixo de um enorme custo pessoal, já que a igreja Romana Católica se opunha aos esforços de se fazer a Bíblia acessível à pessoa comum, por ser este ato considerado perigoso. Somente oficiais ordenados da igreja eram considerados qualificados para interpretar a palavra de Deus. E aqueles que atentavam em distribuir a Bíblia às pessoas comuns, eram perseguidos. Por exemplo, John Wycliffe (1328–1384) e William Tyndale (1494–1536) foram ambos mortos, martirizados por causa das suas traduções da Bíblia.1
Enquanto existem muitas traduções da Bíblia para a língua inglesa que são muito boas, nem todas são de confiança. Por exemplo, a New New World Translation (NWT), (Tradução do Novo Mundo-TNM) publicada pela Sociedade da Torre de Vigia das Testemunhas de Jeová (TJ), foi descreditada pela maioria dos acadêmicos bíblicos. Uma razão sendo que nenhum dos tradutores da TNM possuíam um nível superior de fluência das línguas originais e, portanto, forçaram as pressuposições de suas opiniões, aos seus leitores.2 Pelo fato de que TJs negam a deidade (Divindade) de Jesus, por exemplo, a
TNM identifica Jesus em João 1:1 como “um deus,” ao invés de “Deus,” como as traduções reputáveis o fazem.3 Em Colossenses 1:16, os tradutores adicionaram “outra” entre as palavras “todas as coisas” mesmo que esta palavra não esteja contida no original e nem implicada no contexto. A TNM, portanto, lê “todas as outras coisas foram criadas através dele [Jesus].”
O oitavo artigo das Regras de Fé, põe em dúvida a integridade dos monges e outros copistas do texto bíblico através dos séculos. E esta seria uma questão de transmissão, e não de tradução, do texto bíblico. Como o Apóstolo SUD Neil A. Maxwell explicou, “Por causa de transmissões falhas, muitas ‘coisas claras e preciosas’ foram tiradas ou afastadas do alcance, aquilo que mais tarde, veio a compor nossa preciosa Bíblia Sagrada.”4 A Primeira Presidência reportou em 1992, “A Bíblia, como tem sido transmitida através dos séculos, sofreu a perda de muitas partes claras e preciosas.”5
Em referência à Regra 8, o professor da BYU já falecido, Robert J. Matthews, fez este ponto claro quando escreveu, “Aqui a palavra traduzida parece estar sendo usada num sentido expandido para significar transmitida, o que incluiria não somente tradução de línguas, mas também, a reprodução, edição, eliminação, tanto quanto a adição, de documentos. A Bíbla passou por uma mudança muito mais séria do que a mera tradução de uma língua para a outra.6
Se não se pode confiar na Bíblia por causa dos “tradutores ignorantes, escribas descuidados ou sacerdotes artificiosos e corruptos” como Joseph Smith disse—isto seria um problema sério.7 Como estas acusações sobre “muitas partes claras e preciosas” estarem perdidas, podem ser combatidas? Isto será o foco dos dois primeiros capítulos.
PONDO OS FATOS Á MESA
Quando o assunto é escritura, os Santos dos Últimos Dias tipicamente entendem como isto sendo uma referência a qualquer um dos seguintes diferentes volumes: A Versão do Rei Tiago da Bíblia, o Livro de Mórmon, Doutrina & Convênios e a Pérola de Grande Valor. Wayne Grudem acuradamente explica que quando outras “escrituras” como estas, são adicionadas à autoridade da Bíblia, “o resultado sempre tem sido o de (1) tirar a ênfase dos ensinamentos da própria Bíblia e (2) iniciar o ensino de certas coisas que são contrárias às Escrituras. Este é um perigo para o qual a igreja deve estar constantemente vigilante.8
Deus tem revelado a si mesmo em um de dois meios. Primeiro, Ele tem se feito disponível a todos os seres humanos através do que é conhecido revelação natural ou geral, a qual será discutida no capítulo 3. Deus também tem revelado através do que é chamado de revelação especial como visto em milagres divinos (a ser discutido no capítulo 6), assim como nos 66 livros da Bíblia. Coletivamente, estes livros foram compilados em uma lista oficial chamada de cânone e foram escritas:
- In uma variedade de formas e estilos: legislação, poesia, história, profecia, evangelhos, história da igreja, epístolas apostólicas e profecias apocalípticas
- por 40 autores diferentes
- em três línguas (Hebreu, Grego Koiné, Aramaico)
- em três continentes diferentes (Europa, Ásia, África)
- com uma estória básica em mente (o grande amor de Deus pelas pessoas)
O Velho Testamento é aceito por tanto pelos Judeus quanto pelos Cristãos. Roger Olson escreveu,
“Á despeito de um certo debate existir sobre o Concílio de Jamnia, onde os rabinos judaicos se reuniram em [AD] 90, parece que certos passos importantes para o processo de canonização oficial foram tomados lá. A Bíblia judaica foi definida como tendo vinte e dois livros inspirados: do Pentateuco aos Profetas Menores. Em Bíblias cristãs posteriores, alguns dos livros do cânone judaico foram separados, de forma que eles somam um total de trinta e nove livros individuais…De um modo geral, então, é seguro afirmar que a maioria dos Pais da igreja dos séculos II e III aceitaram a decisão dos líderes Judeus de expandir as Escrituras inspiradas além do Pentateuco somente (Gênesis até Deuteronômio) e restringi-los aos vinte e dois (ou trinta e nove) livros da Lei e Profetas. Esta era então “a Bíblia” das primeiras igrejas cristãs depois dos apóstolos.
Quinze livros chamados de Apócrifos se originaram durante o Período Intertestamental (de aproximadamente 300 AC até o tempo de Cristo), incluindo o livro de Esdras, Macabeus, assim como o Livro de Tobias e o Livro da Sabedoria de Salomão. Esses escritos nunca foram considerados como parte do principal cânone judeu ou cristão. Reagindo contra os ensinamentos da Reforma Protestante do século XVI, a Igreja Católica Romana declarou que 12 dos livros apócrifos eram “Deuterocanônicos” (canônico secundário) durante o Concílio de Trento (1543–1563). Deve-se notar que Jesus fez referência ao Antigo Testamento um total de 395 vezes nos relatos dos Evangelhos, mas Ele nunca citou uma vez dos apócrifos.
Além dos quatro Evangelhos no Novo Testamento, existem livros adicionais chamados evangelhos gnósticos, que não são considerados escrituras autênticas. Nenhum desses livros foi escrito no primeiro século; com uma excepção, nenhum foi citado, lido ou pregado por qualquer líder cristão respeitado durante os primeiros três séculos.11 Como o estudioso do Novo Testamento Craig Blomberg observa,
Dado o que sabemos hoje, existem boas razões para incluir os evangelhos gnósticos?… A melhor maneira de responder a essa pergunta é convidar os leitores a acessar os textos desses documentos, lê-los e decidir por si mesmos… Para começar, nenhum deles é uma narrativa de qualquer faixa maior da vida de Jesus. Chamá-los de evangelhos, portanto, engana aqueles que não os leram quanto ao seu gênero literário. A maioria envolve longos e divagantes discursos atribuídos a Jesus, supostamente dados a um ou mais de seus seguidores secretamente após a ressurreição, ensinando sobre a natureza da criação e os mundos celestiais, com todos os tipos de especulação cosmológica esotérica.12
Esses escritos nunca foram seriamente considerados para inclusão no cânon pela igreja primitiva. No início do século III, Orígenes de Alexandria, disse que havia três categorias de livros que clamavam autoridade apostólica: 1) aqueles que eram amplamente reconhecidos, 2) outros que eram disputados por alguns, e 3) o resto que foi totalmente rejeitado por todos porque eles ensinavam falsas doutrinas. Os livros considerados autoritários foram os quatro Evangelhos junto com Atos, as 13 epístolas escritas pelo apóstolo Paulo, 1 Pedro, 1 João, e Apocalipse. Como eles não podiam ser traçados até os escritores apostólicos do primeiro século, os livros disputados incluíam o Didaquê, a Epístola de Barnabé, o Pastor de Hermas, a Pregação de Pedro e os Atos de Paulo. 13
Um total de 21 dos 27 livros atuais do Novo Testamento foram prontamente aceitos nos dois primeiros séculos da igreja cristã. Durante os séculos III e IV, os cristãos determinaram que Hebreus, Tiago, 2 Pedro, 2 e 3 João e Judas também eram autoritários. Hoje, os 27 livros do Novo Testamento que foram oficialmente reconhecidos no Concílio de Hipona em 393 A.D. e Cartago em 397 A.D. são canônicos. Como o acadêmico do Novo Testamento Bruce Metzger disse ao jornalista Lee Strobel:
O cânone é uma lista de livros autorizados mais do que ele é uma lista autoritária de livros. Estes documentos não derivaram sua autoridade ao serem escolhidos; cada um deles já possuía autoridade antes que qualquer pessoa os compilasse juntos… Para alguém agora afirmar que o cânone emergiu somente após concílios e sínodos terem feito tais pronunciamentos, seria como dizer, “Vamos reunir várias academias de músicos para fazer o pronunciamento de que a música de Bach e Beethoven são maravilhosas.” Eu diria, “Obrigado por nada! Já sabíamos disso antes do pronunciamento ser feito.” Sabemos disso por causa da sensibilidade para distinguir o que é boa música e o que não é. O mesmo ocorre com o cânone.14
A AUTORIDADE DA BÍBLIA
Para cristãos evangélicos, os 66 livros da Bíblia são Escritura e completamente autorizados; nenhum outro texto além deles é considerado canônico.15 Consideremos os três “Is” das Escrituras: Inspirada, Inerrante e Infalível. Primeiramente, inspirada referindo a como os autores da Bíblia escreveram de acordo com o que Deus quis que fosse comunicado à humanidade.
Essa ideia foi reconhecida durante a vida dos apóstolos, incluindo Paulo. 1Tessalonicenses 2:13 nos explica, “Temos mais uma razão para, incessantemente, dar graças a Deus: é que, ao receberem a palavra que de nós ouviram, que é de Deus, vocês a acolheram não como palavra humana, e sim como, em verdade é, a palavra de Deus, a qual está atuando eficazmente em vocês, os que creem.” 2 Timóteo 3:16-17 diz, “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o servo de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.”
Quando dizemos que Deus inspirou a Bíblia, isso não significa que Ele de alguma forma pegou a mão de cada autor e os forçou a escrever. Pelo contrário, a individualidade e o estilo de cada autor são evidentes. R.C. Sproul explica, “Deus tornou possível que Sua verdade fosse comunicada de maneira inspirada, enquanto fazia uso dos antecedentes, personalidades e estilos literários desses vários escritores. O que foi superado ou substituído pela inspiração não foram personalidades, estilos ou métodos literários humanos, mas tendências humanas à distorção, falsidade e erro.16 Como Norman Geisler e Ron Brooks declaram,
O resultado final disto sendo que temos a Palavra de Deus, escrita por homens de Deus, inspirada não apenas em seus conceitos, mas nas próprias palavras usadas para expressar esses conceitos… Os escritores humanos não são meros secretários, mas agentes ativos que expressam suas próprias experiências, pensamentos e sentimentos no que escreveram. Não é simplesmente um registro de revelação, mas uma revelação em si. É a mensagem de Deus em forma escrita.17
O apóstolo Pedro descreve como os profetas do Velho Testamento escreveram com o poder do Espírito Santo, o autor supremo da Bíblia (Hebreus 3:7). 2 Peter 1:19-21 afirma,
“Assim, temos ainda mais segura a palavra profética, e vocês fazem bem em dar atenção a ela, como a uma luz que brilha em lugar escuro, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça no coração de vocês. Primeiramente, porém, saibam que nenhuma profecia da Escritura provém de interpretação pessoal; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana, entretanto, homens falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo.”
Embora 2 Timóteo e 2 Pedro se refiram principalmente ao Velho Testamento, o Novo Testamento também é considerado fonte de autoridade. Por exemplo, Pedro disse que o que Paulo escreveu foi de acordo com “a sabedoria que lhe foi dada.” (2 Peter 3:15). Embora a instrução teológica de Paulo tenha sido difícil para alguns entenderem, Pedro acrescentou no versículo 16 que elas deveriam ser consideradas tão autoritárias quanto as “demais Escrituras.” De acordo com Grudem,
“É principalmente aos apóstolos quem é dada a habilidade do Espírito Santo de lembrar precisamente, as palavras e ações de Jesus e interpretá-las corretamente para as gerações subsequentes… Os apóstolos então, têm a autoridade para escrever palavras que são as palavras do próprio Deus, igual em status, em verdade e autoridade às palavras das Escrituras do Antigo Testamento. Eles fazem isto para registrar, interpretar, e aplicar à vida do crente, as grandes verdades sobre a vida, a morte e a ressureição de Cristo.18
Em segundo, a Bíblia é considerada a inerrante Palavra de Deus. Gleason L. Archer afirmou,
“Ao longo da história da igreja cristã, tem sido claramente entendido que a Bíblia, como originalmente dada por Deus, estava livre de erros. Exceto por grupos heréticos que se separaram da igreja, sempre se assumiu que a Escritura era completamente autoritária e confiável em tudo o que afirma como factual.”19
Jesus tinha uma visão elevada das Escrituras, como é indicado pelo fato de dez porcento de Suas palavras nos quatro Evangelhos, provirem diretamente de citações do Velho Testamento. Quando tentado em Mateus 4:1-11, Jesus fez referência ao livro de Deuteronômio (6:13,16; 8:3) e simplesmente afirmou, “está escrito.” Ele proveu o suporte histórico para histórias do Velho Testamento, incluindo a criação de Adão e Eva (Marcos 10:6-8), a fé de Abraão, Isaque e Jacó (Mateus 22:32), e eventos com Moisés, incluindo a sarça ardente (Marcos 12:26), maná do céu (João 6:31), e a serpente de bronze (João 3:14). Jesus até mesmo citou dos Salmos duas vezes enquanto estava na Cruz.
Após a ascensão de Jesus ao céu, Seus apóstolos continuaram a aceitar a autoridade do Velho Testamento, assim como as palavras de seu Messias. Clamando em Romanos 3:2 que “aos judeus foram confiados os oráculos de Deus,” Paulo também escreveu em 1 Timóteo 5:18, “Pois a Escritura declara: ‘Não amordace o boi quando ele pisa o trigo” E ainda: ‘O trabalhador é digno do seu salário’” Sua primeira citação vem de Deuteronômio 25:4, enquanto a segunda referência vem das palavras de Jesus em Lucas 10:7.20
Finalmente, a Bíblia é considerada ser infalível. Isto significa que o que a Bíblia ensina sobre assuntos de fé e práticas cristãs, e é exatamente, do modo como Deus determinou. Quando a Reforma protestante do século XVI ocorreu, a frase Sola Scriptura (“somente escritura”) foi cunhada para designar como a Palavra de Deus triunfa sobre a tradição humana; e esta idéia tem sido um brado mobilizador para os cristãos protestantes desde então. Liderado por Martinho Lutero, após fazer um cuidadoso estudo dos livros de Romanos e Gálatas, esses reformadores “protestaram” contra a tradição religiosa católica que tipicamente substituía a Bíblia. Antes que a imprensa de Johannes Gutenberg iniciasse a revolução da impressão em 1450, muitos cristãos ao longo dos séculos gastaram tempo e recursos valiosos copiando e recopiando fisicamente, os livros individuais que foram distribuídos em todo o mundo. Deve-se notar que a inerrância e a infalibilidade referem-se apenas aos escritos originais e não às cópias. Como Geisler aponta com precisão,
Erros genuínos foram encontrados – em cópias de textos bíblicos feitos centenas de anos após os autógrafos. Deus apenas pronunciou o texto original das Escrituras, não as cópias. Portanto, apenas o texto original é sem erro. A Inspiração não garante que todas as cópias sejam isentas de erros, especialmente em cópias feitas a partir de cópias feitas a partir de cópias. Portanto, devemos esperar que pequenos erros sejam encontrados em cópias manuscritas.21
Os críticos reclamam que os cristãos utilizam um raciocínio circular em seu apelo à autoridade da Bíblia. (“A Bíblia é verdadeira porque a Bíblia diz ser verdadeira.”) O que estes Céticos não percebem é que eles são obrigados a argumentar de forma semelhante quando acreditam que sua posição é razoável ou lógica. De acordo com sua posição, “Minha razão é minha autoridade suprema porque me parece razoável”. Ou, “A consistência lógica é a minha autoridade suprema porque é lógica.” Até mesmo os santos dos últimos dias se encontram em uma situação precária semelhante quando dizem, com efeito: “Orar sobre o Livro de Mórmon ou a religião do Mormonismo e receber uma revelação pessoal por meio da oração é minha autoridade suprema, porque meu testemunho tem que ser verdadeiro.”
Embora os cristãos evangélicos acreditem que a Bíblia é verdadeira, eles têm razões para acreditar em sua autoridade, incluindo sua incrível precisão profética (que discutiremos no capítulo 6), bem como a abundante história de seus manuscritos. Embora os cristãos apelem para a Bíblia para sustentar o porquê eles acreditam da maneira que acreditam, a fé cega na Palavra de Deus não é necessária para chegar-se a essa conclusão.
Eu disse a Dave que queria fornecer-lhe evidências sobre os manuscritos que nos dão o porquê de ser sensato acreditar na Bíblia, então decidi descrever a incrível descoberta do século XX dos Manuscritos do Mar Morto.
OS PERGAMINHOS DO MAR MORTO E O VELHO TESTAMENTO
“Você já ouviu falar dos Manuscritos do Mar Morto?” Perguntei. “Claro”, Dave respondeu.
Quando perguntei sobre o quanto ele entendia sobre essa descoberta, ele respondeu: “Muito pouco”.
“Estaria OK se eu explicasse essa importante descoberta para você?” Perguntei.
Ele concordou, então comecei indicando como aproximadamente 900 textos antigos diferentes foram descobertos em 11 cavernas diferentes, nas colinas ao longo da costa noroeste do Mar Morto em Israel entre 1947 e 1954. Cerca de um quarto dos textos eram cópias de livros do Antigo Testamento.
A história começa no final de 1946 ou início de 1947, com um adolescente beduíno que alegou que estava procurando uma cabra perdida ao lado de uma colina. Como não havia entrada no nível do solo, ele jogou uma pedra no buraco de uma caverna a sete metros do chão. Ouvindo um esmagamento de cerâmica, o adolescente entrou e encontrou várias jarras de barro de 2000 anos, contendo sete manuscritos antigos. Isso é conhecido como Caverna 1.22
No decorrer da década seguinte, cópias de aproximadamente 230 textos foram descobertas, incluindo milhares de peças fragmentárias de todos, exceto um dos 39 livros do Velho Testamento.23 Os textos bíblicos que datam entre o século II A.C. e o primeiro século D.C. foram escritos em pergaminhos (pele de carneiro não curtida), bem como papiros (um material semelhante a papel feito de juncos do rio Nilo do Egito). Os escribas originais pertenciam a uma seita judaica conhecida como os essênios, que viviam naquela área.
Enquanto vários dos pergaminhos encontrados nas cavernas foram armazenados em frascos de cerâmica e envoltos em couro, a maioria dos documentos ficou danificada, por terem sido deixados expostos aos elementos físicos. Por exemplo, mais de 500 textos descobertos na Caverna 4 foram desintegrados em aproximadamente 15.000 fragmentos. Esta caverna foi descoberta pela primeira vez em 1952, por nômades beduínos, os quais piratearam muitas das peças. Felizmente, os beduínos nunca encontraram o nível inferior que mais tarde foi descoberto pelos arqueólogos.
O Instituto Rockefeller ofereceu recompensa financeira aos que retornassem esses fragmentos e muitos foram retornados dentro de caixas de fósforos. Sobre muitas décadas, acadêmicos têm trabalhado incansavelmente para recompor todos estes pergaminhos fragmentados de volta à sua forma original.
Quanto aos 230 pergaminhos bíblicos encontrados nas cavernas de Qumran, mais do que um terço eram cópias dos cinco primeiros livros (Pentateuco, Torá ou Lei). Deuteronômio (33 cópias) foi o maior, seguido por Gênesis (24), Êxodo e Levítico (18 cada) e Números (11). Isso faz sentido porque esses livros são os mais importantes para os judeus ortodoxos. Antes que os Manuscritos do Mar Morto fossem descobertos, os primeiros manuscritos do Antigo Testamento datavam não mais do que até o século X A.D.
Isso significa que os pergaminhos que datam do século II A.C. ao primeiro século D.C., preenchem a lacuna em mais de um milênio! Outros livros bíblicos populares foram os Salmos (39), Isaías (22), os profetas menores (10) e Daniel (8), todos os quais continham importantes passagens escatológicas (fim dos tempos). Os essênios haviam desenvolvido uma teologia específica do fim dos tempos e acreditavam que iriam tomar o poder para o controle do templo de Jerusalém das mãos dos saduceus, outra denominação judaica.
A descoberta inicial na Caverna 1, incluiu duas cópias completas do livro de Isaías, um dos quais era uma cópia imaculada conhecida como o Grande Pergaminho de Isaías. O profeta bíblico incluiu muitas profecias sobre o Messias junto com uma descrição clara sobre a natureza de Deus, nos capítulos 43- 45. Quando o Grande Pergaminho de Isaías (datado 125 AC) é comparado com o texto mais antigo disponível (Códice de Alepo de 900 D.C.), os dois são cerca de 95% iguais! O arqueólogo Randall Price explica que “era evidente que, exceto por pequenos detalhes (como a ortografia) que não afetam o significado do texto, os dois documentos eram quase idênticos.”24
Já que a maioria das discrepâncias (chamadas de “variantes”) envolvem deslizes óbvios da caneta, alterações ortográficas e novas acentuações que haviam entrado na língua hebraica durante o ínterim de 1000 anos, a maioria dos estudiosos não vê problema com a diferença de 5 %. Explicando como as variantes textuais ocorrem nos diferentes manuscritos bíblicos, afirma Price,
“No entanto, podemos dizer – e dizer com maior confiança do que nunca com base no testemunho dos Pergaminhos, que nosso texto atual é preciso e confiável, e que nada que afete a doutrina do original foi comprometido ou alterado em
qualquer forma nas cópias manuscritas…Aqueles que esperavam que os Pergaminhos produzissem uma revisão radical da Bíblia ficaram desapontados, pois esses textos apenas verificaram a confiabilidade do Antigo Testamento como aparece em nossas traduções modernas.” 25
O acadêmico bíblico Gleason Archer acrescenta:
“O estudo cuidadoso das variantes desses vários manuscritos antigos, revelam que, nenhuma delas afeta uma única doutrina das Escrituras. O sistema de verdade espiritual contido no padrão do texto hebraico do Antigo Testamento, não está minimamente alterado ou comprometido por nenhuma das leituras das variantes encontradas nos manuscritos hebraicos… É muito evidente que a vasta maioria delas é tão inconsequente que deixa o significado de cada cláusula doutrinariamente inalterado.” 26
Um pergaminho contendo os Salmos foi achado na Caverna das Letras, perto das cavernas dos Pergaminhos do Mar Morto e foi escavado por arqueólogos entre 1960 e 1961. Previamente, o texto mais antigo de Salmos 22:16, datado cerca de AD 900, pode ser traduzido como “como um leão são minhas mãos e meus pés.” Porém, o pergaminho da Caverna das Letras mostra uma pequena diferença. Mesmo que as palavras sejam notavelmente parecidas em sua soletração, o texto mais antigo tem o verbo hebraico para “perfurado,” e não o substantivo hebraico para “leão.” “Leão” não fazendo nenhum sentido neste contexto, enquanto “perfurado” é uma referência profética à crucificação de Jesus.
A EVIDÊNCIA ADICIONAL DE ARQUEOLOGIA BÍBLICA
Depois que expliquei ao Dave sobre a descoberta dos Manuscritos do Mar Morto, eu queria apresentar outras descobertas arqueológicas que lançassem luz à história da Bíblia.
“Você já ouviu falar que há arqueólogos trabalhando em países como Israel, Turquia e Itália que pesquisam os locais mencionados na Bíblia?” Perguntei.
“Acho que sim. O que exatamente eles fazem?”
“Eles descobrem locais bíblicos, incluindo aqueles que estão sendo encontrados regularmente. Normalmente, os arqueólogos podem determinar com precisão as datas do que encontram através de itens tais como cerâmica e moedas.”
Eu mencionei como “tells” – colinas artificiais contendo múltiplas civilizações construídas uma em cima da outra—estão localizadas por toda Israel. Elas são geralmente encontradas perto de áreas de transporte (estradas antigas) e fontes de água por Israel, ambos os quais eram importantes para a sobrevivência da cultura. Por exemplo, Bet She’an ao norte de Israel foi onde o corpo de Saul foi pendurado na muralha da cidade (1 Samuel 31:10-12). Mais tarde ficando conhecido como Citápolis, uma das dez cidades de Decápolis no Novo Testamento, e contém várias dezenas de civilizações diferentes que retrocedem pelo menos, 5000 anos. Escavações em dezenas de “tells” encontrados em terras bíblicas, descobriram muralhas, edifícios e artefatos—incluindo utensílios, pontas de flechas, e louças—e fizeram possível para os arqueólogos, uma melhor compreensão do que ocorreu nestes locais.
“Você está dizendo que a arqueologia é prova para a Bíblia? O Dave perguntou.
“É impossível de se provar empiricamente a Bíblia. Por exemplo, não se pode provar que Jesus alimentou 5000 pessoas perto do Mar da Galiléia, ou que a ressureição de Jesus aconteceu. Mas a probabilidade destes eventos aumenta quando nós podemos averiguar sobre os lugares e povos descritos na Bíblia”.
O arqueólogo John D. Currid disse que “o propósito da arqueologia (e campos relacionados) não é o de provar a Bíblia. A Bíblia não requer prova. Ela se mantém erguida muito bem por conta própria…A arqueologia bíblica serve para confirmar, iluminar, e para dar solidificação às Escrituras. Ela ajuda a demonstrar que eventos relatados nos relatos bíblicos tiveram lugar na história.”27 Assim, a arqueologia é um instrumento para ajudar na documentação de povos, lugares e eventos descritos nas páginas das Sagradas Escrituras de Deus.28
O arqueólogo Joel Kramer nos dá uma excelente ilustração sobre a importância da arqueologia para se compreender a Bíblia:
“Para se melhor entender a relação entre a Bíblia e a arqueologia, considere a seguinte analogia. Uma caixa contendo um quebra-cabeça de quinhentas peças é encontrado com somente cinco peças dentro: um por cento dele restou, o resto das peças foram perdidas. Aquelas poucas peças são uma evidência importante, dando suporte à realidade de que, em algum momento, todo aquele quebra-cabeça existiu por inteiro. Mas, o que pode ser feito com somente cinco peças de um quebra-cabeça de quinhentas? Praticamente nada. Há uma coisa, no entanto. A tampa da caixa ainda está intacta e ela mostra uma ilustração dele todo. Equipados com essa foto maior, agora podemos ver onde as cinco peças se encaixam dentro de seu maior contexto. Na arqueologia bíblica, as cinco peças representam a arqueologia —aquilo que sai da terra—enquanto a fotografia na tampa da caixa representa o papel da Bíblia.”29
Enquanto muitos arqueólogos em Israel não creem em Deus ou no Cristianismo, estes profissionais treinados tipicamente se utilizam da Bíblia como sua fonte primária, para entender o que eles estão escavando. Eles reconhecem que ela é a melhor fonte disponível para interpretar suas descobertas.30 Mesmo que somente uma fração pequena de possíveis locais bíblicos tenha sido completamente escavado em países como Israel, Turquia, Jordânia, Grécia e Itália, o total de informação descoberta por todas as terras bíblicas é impressionante.
Indiquei ao Dave quais são as minhas descobertas bíblicas favoritas, incluindo artefatos, descobertos no século XX:
A Pedra de Pilatos. Descoberta em 1961, sob o teatro de Cesaréia Marítima, na costa ocidental de Israel; esta pedra, deste primeiro século AD, contém em sua inscrição, o nome e o título da figura bíblica chamado Pôncio Pilatos, quem condenou Jesus à cruz (Mateus 27:2; Lucas 3:1). Junto a um anel de propriedade de Pilatos, encontrado em Herodium, em 1968, e identificado em 2018. Estes são os dois únicos artefatos arqueológicos descobertos sobre este governador romano, quem em nada a mais, teve relevância.
O Túnel de Ezequias. Um túnel de 1750 pés na cidade de Davi, em Jerusalém, foi esculpido do leito rochoso por trabalhadores que cavaram partindo de lados opostos, durante o reinado do rei Ezequias. Este túnel no subsolo foi construído cerca de 700 A.C. antes do esperado ataque pelos assírios, permitindo assim que água, emanando de uma fonte natural fora das muralhas da cidade, continuasse fluindo em Jerusalém. (2 Reis 20:20). Um marcador descritivo esculpido na parede de pedra no extremo sul, no final do túnel, foi descoberto à mais de um século atrás. Conhecida como a Inscrição de Siloam, foi removida e hoje está alojada no Museu Arqueológico de Istambul, na Turquia. Turistas aventurosos que visitam a Cidade de Davi, podem andar pelo caminho molhado através deste túnele sentir as marcas de cinzel feitas em suas paredes, a mais de 2700 anos atrás.
O Tel da Estela de Dan. Descoberto em meados de 1990, ao norte de Israel, esta pedra contém uma inscrição de triunfo, escrita em Aramaico por Hazael de Aram-Damasco, que foi uma importante figura regional no final do século IX A.C. O rei se gabava de suas vitórias sobre o rei da “Casa de Davi”. Foi a primeira vez que o nome de Davi foi encontrado em qualquer achado arqueológico, mostrando que tanto Israel quanto Judá eram reinos importantes nessa época. Este artefato está alojado no Museu de Israel, em Jerusalém.
Piscina de Bethesda. Este local na cidade velha de Jerusalém é onde Jesus curou um homem paralisado (João 5:2-17). Localizada a uma curta distância do Portão das Ovelhas, a piscina foi escavada em 1956.
Poço de Jacó. Originalmente escavado pelo patriarca Jacó (Gênesis 33:18-19; 48:22), este poço na Cisjordânia de Israel é onde Jesus falou com uma mulher samaritana em João 4. Ele ainda produz água doce e pode ser visitado hoje no subsolo de uma moderna igreja grega ortodoxa, localizada na cidade de Nablus.
Magdala. Uma antiga cidade perto da costa do Mar da Galileia, em Israel, ao norte da cidade de Tiberíades, era a cidade natal de Maria Madalena, uma boa amiga de Jesus (Lucas 8:1-3; João 19:25; 20:11-18). Em 2009, a Igreja Católica Romana se preparou para construir um centro de retiro neste belo local. Antes que os construtores sejam autorizados a cavar em Israel, os arqueólogos são legalmente obrigados a pesquisar o local. Para surpresa de todos, uma cidade judaica de 2000 anos atrás foi descoberta abaixo do solo, juntamente com uma sinagoga que, insistem os estudiosos, Jesus teria conhecido. Descobertas arqueológicas em Israel acontecem regularmente e confirmam a história da Bíblia!
Os nomes podem ser outro indicador de que pessoas e lugares reais são referidos pela Bíblia. Considere Lucas, o autor de Lucas e Atos, que forneceu muitos detalhes em seus escritos. Alguns antagonistas têm apontado para Lucas 2:1-2 como uma contradição histórica. Diz: “Naqueles dias, saiu um decreto de César Augusto para que todo o mundo fosse registrado. Este foi o primeiro registro quando Quirino era governante da Síria.” Este é o único lugar onde a Bíblia menciona Quirino. A província da Judéia foi colocada sob o controle da Síria naquela época, portanto, quando Quinirius se tornou o governador da Síria em 6 d.C., ele se tornou o governante até 7 d.C., quando concluiu sua carreira política.
Estava Lucas errado? Evidências arqueológicas, incluindo informações de uma moeda antiga, mostra que um “Quirino” governou de 11 A.C. até o tempo de Herodes. Os estudiosos debatem se este era um homem secundário chamado Quirino ou o mesmo homem que serviu como o governante em dois momentos diferentes. Independentemente disso, Quirino era o governador naquela época, e por isso Lucas estava correto e seu relatório é preciso.
Mais um exemplo para apoiar a historicidade do relato de Lucas é encontrado em Atos 18:12-17, quando Paulo apareceu diante de Gália, o procônsul da região da Acaia, por volta de 51 D.C. No início do século XX, os arqueólogos descobriram nove fragmentos de uma carta no templo de Apolo em Delfos, Grécia, que foi escrita pelo imperador romano Cláudio datada de 52 D.C. Conhecido como a Inscrição de Delfos ou Gálio, um fragmento escrito em grego koiné menciona o procônsul Gálio, encaixando assim a linha do tempo de Atos 18 perfeitamente! Ao invés de ser mostrado como uma fraude, o fato é que Lucas descreveu com precisão a situação histórica de sua época.31
O ÊXODO OCORREU?
Os céticos muitas vezes mencionam a falta de evidências para a perambulação de 40 anos de mais de um milhão de pessoas durante o tempo do Êxodo. Seria razoável pensarmos que qualquer evidência poderia ter sobrevivido? Um total de 3400 anos de areia de deserto torna impossível de se fazer arqueologia. Além disso, os israelitas eram um povo nômade durante esse tempo e nunca permaneceram em nenhum lugar por tempo suficiente para construir algo ou para deixar evidências para trás.
Ainda assim, a arqueologia pode ser usada para mostrar como houve um êxodo durante a segunda metade do século XV A.C. Considere apenas quatro descobertas do Egito, conforme detalhado pelo arqueólogo bíblico Titus Kennedy:
O Papiro Brooklyn: Um manuscrito de papiro descoberto no Egito do século XVII A.C. – um século ou dois antes do Êxodo – continha nomes de servos hebraicos. A lista mostra que os hebreus viveram no Egito antes do Êxodo.
Túmulo de Rekmire: Um mural da época do Êxodo em 1450 A.C. descoberto no Egito retrata tijolos feitos com lama e palha. Outro texto conhecido como o Rolo de Couro do Louvre mostra como um certo número de tijolos era necessário ser fabricado mesmo com a falta de materiais ou os escravos eram punidos.
Nômades de YHWH: Inscrições hieroglíficas datam de 1400 A.C. e descrevem a “terra dos nômades de YHWH”, a evidência mais antiga de Yahweh, o nome mais íntimo de Deus. Estes foram escritos nas paredes de dois templos egípcios diferentes, bem como em um pilar do templo e mostraram como as únicas pessoas que adoravam a Yahweh eram os israelitas.
Estela de Merneptah: Datada de 1219 A.C., é um monumento de pedra egípcia de dez metros de altura com 28 linhas de hieróglifos descrevendo campanhas militares do faraó Merneptah. Há uma seção sobre a estela que soletra “Israel” em hieróglifos egípcios referindo-se a um grupo de pessoas, não a um país. De acordo com Kennedy, os israelitas conquistaram a terra de Canaã depois de vagarem pelo deserto, da forma como Josué e Juízes detalham.32
É realista acreditar que um êxodo de 40 anos do povo de Deus ocorreu. É claro que a fé é necessária para alguns eventos bíblicos (como histórias envolvendo milagres), mas há tantas evidências para a crença razoável no povo bíblico e nos lugares descritos. Tudo considerado, o Livro de Mórmon não tem nada que chegue perto dos atestados históricos tão abundantemente encontrados e que apoiam a historicidade da Bíblia.
Gosto de liderar excursões anuais às terras da Bíblia, pois levei mais de 500 peregrinos a locais em Israel, Jordânia, Egito, Turquia, Grécia e Itália, em mais de uma dúzia de viagens desde 2009. Como um viajante me disse: “Eu costumava ler a Bíblia em preto e branco, mas agora a leio em cores vivas!”
No próximo capítulo, continuamos a discussão com Dave enquanto consideramos as cópias do Novo Testamento, as mudanças feitas na Bíblia e possíveis contradições bíblicas. Também teremos a chance de falar sobre a ilustração do ” jogo do telefone” frequentemente usado para criticar a composição da Bíblia. Entender a precisão da Palavra de Deus é vital para que o caso do cristianismo seja provado.
QUESTÕES PARA DISCUSSÃO*
- A oitava Regra de Fé diz que a Bíblia é verdadeira “na medida em que é traduzida corretamente”. Por que a palavra transmitida é mais precisa do que traduzida ao descrever como o texto foi transmitido através dos séculos? Por que fazer essa distinção é importante?
- Qual é a diferença entre inerrância e infalibilidade?
- O que são os Manuscritos do Mar Morto? Como estes provaram ser tão valiosos para os estudiosos na determinação da precisão do Antigo Testamento?
- Como a arqueologia bíblica pode apoiar o caso das pessoas, lugares e eventos descritos na Bíblia? Você tem uma descoberta arqueológica favorita ou duas? (Não precisam ser só os enumerados neste capítulo.) Por que você acha que essa descoberta em particular é significativa?
- Um crítico poderia dizer que não há evidência para o Êxodo liderado por Moisés. Isso é verdade?
* Visite IntroducingChristianity.com para obter possíveis respostas às perguntas de discussão encontradas no final de cada capítulo. (Site em inglês)
RECURSOS RECOMENDADOS
Recursos de nível básico
Josh e Sean McDowell, Inspired: Experiment the Power of God’s Word (Eugene, OR: Harvest House Publishers, 2011).
Lee Strobel, The Case for Christ: A Journalist’s Personal Investigation of the Evidence for Jesus (O Caso de Cristo: Investigação Pessoal de um Jornalista sobre as Evidências de Jesus) (Grand Rapids, MI: Zondervan, 1998).
Recursos de nível médio
Titus Kennedy, Unearthing the Bible: 101 Archaeological Discoveries that Bring the Bible to Life (Eugene, OR: Harvest House Publishers, 2020).
Randall Price, Secrets of the Dead Sea Scrolls (Eugene, OR: Harvest House Publishers, 1996).
Joel P. Kramer, Where God Came Down: The Archaeological Evi- dence (Brigham City, UT: Expedition Bible, 2020).
Recurso Avançado
Craig L. Blomberg, Can We Still Believe the Bible? An Evangelical Engagement with Contemporary Questions (Grand Rapids, MI: Brazos Press, 2013).
Notas
CAPÍTULO 1—A BÍBLIA: REVELAÇÃO ESPECIAL DE DEUS
- Atualmente, a Wycliffe Bible Translators (wycliffe.com), um grupo cristão missionário de tradutores bíblicos, está traduzindo a Bíblia no maior número possível de línguas. De acordo com esta organização, existem no mínimo, 7000 idiomas no mundo, no entanto, a Bíblia completa está traduzida somente para menos de dez porcento deles. Cerca de um terço das línguas do mundo não possui nenhuma porção da Palavra de Deus. Isso significa que cerca de dois bilhões de pessoas não têm acesso a nenhuma parte da Bíblia em sua língua materna.
- Um artigo útil sobre esta questão pode ser encontrado aqui: namb.net/apologetics/resource/the-new-world-translation-of-the-holy-scriptures-the-jehovah-s-witnesses-bible/.
- Para uma visão geral de como as Testemunhas de Jeová interpretam João 1:1, veja carm.org/jehovahs-witnesses/ john-11-the-word-was-a-god. Para um artigo acadêmico de 2014 intitulado “Jehovah’s Witnesses and John 1:1: New Evidence Advances the Discussion” por Brian J. Wright e Tim Ricchuiti, veja equip.org/article/jehovahs-witnesses-john-11-new-evidence-advances-discussion.
- Neal A. Maxwell, “The Wondrous Restoration,” Ensign, April 2003, 35. Para outros ensinamentos SUD sobre a Bíblia visite, mrm.org/bible-quotes.
- Ezra Taft Benson, Gordon B. Hinckley, e Thomas Monson, “Letter Reaffirms Use of King James Version of Bible,” Church News, June 20, 1992, 3.
- Robert J. Matthews, A Bible! A Bible! (Salt Lake City, UT: Bookcraft, 1990), 72. Itálico no original.
- Joseph Fielding Smith, ed., Teachings of the Prophet Joseph Smith (Salt Lake City, UT: Deseret Book, 1977), 327.
- Wayne Grudem, Systematic Theology: An Introduction to Biblical Doctrine (Grand Rapids, MI: Zondervan Academic, 1994), 132. A maioria dos erros no mormonismo deriva dos líderes SUD 1) terem uma visão inferior sobre a autoridade/confiabilidade da Bíblia; 2) fazerem uma leitura errada dos textos bíblicos; e 3) enfatizarem a atração por textos adicionais como escritura.
- Roger E. Olson, The Story of Christian Theology (Downers Grove, IL: InterVarsity Press, 1999), 131-32. Elipse minha.
- Grudem, Systematic Theology, 57.
- William Lane Craig, The Son Rises: Historical Evidence for the Resurrection of Jesus (Eugene, OR: Wipf & Stock Publishers, 2001), 34.
- Craig L. Blomberg, Can We Still Believe the Bible? An Evangelical Engagement with Contemporary Questions (Grand Rapids, MI: Brazos Press, 2013), 68. Elipse minha. O Evangelho copta de Tomé fornecendo 114 ditos atribuídos a Jesus, é frequentemente aceito por estudiosos liberais, embora tenha sido composto no século II D.C. Nas páginas 71-74, Blomberg fornece razões para os quais esse livro foi rejeitado pelos primeiros cristãos, concluindo na página 81 que o Evangelho de Tomás “merece escrutínio rigoroso, mas, depois de tal escrutínio, torna-se claro que não pertence ao cânone.”
- Ibid., 67. Itálico no original.
- Lee Strobel, The Case for Christ: A Journalist’s Personal Investigation of the Evidence for Jesus (Grand Rapids, MI: Zondervan Publishing, 1998), 90. Elipse minha.
- Geralmente, recomendo não se usar a palavra escritura para fazer referência à Bíblia, em conversas com os mórmons. Em vez disso, digaBíblia, para ser claro.
- R.C. Sproul, Can I Trust the Bible? (Sanford, FL: Reformation Trust Publishing, 2017), 19.
- Norman Geisler and Ron Brooks, When Skeptics Ask: A Handbook on Christian Evidences (Wheaton, IL: Victor Books, 1990), 146.
- Grudem, Systematic Theology, 60-61. Elipse minha.
- Gleason L. Archer, Encyclopedia of Bible Difficulties (Grand Rapids, MI: Zondervan, 1982), 19. Itálico meu. Para mais informações sobre o tema da inerrância, consulte “Why Inerrancy of the Bible Is So Important to Evangelical Christians” at mrm.org/bible-inerrancy.
- Muitos estudiosos acreditam que 1 Timóteo foi composto em meados dos anos 60 D.C., apenas alguns anos antes de Lucas escrever seu Evangelho
- Norman L. Geisler, Baker Encyclopedia of Christian Apologetics (Grand Rapids, MI: Baker Books, 1999), 79.
- Os arqueólogos identificam as 11 cavernas usando o número cronológico em que cada uma foi descoberta. Assim, a Caverna 1 é a primeira caverna encontrada e a Caverna 11 é a última. Várias outras cavernas foram descobertas, embora quaisquer manuscritos uma vez escondidos nelas tenham desaparecido
- Nenhuma cópia do livro de Ester foi descoberta, embora uma seção de um comentário sobre este livro tenha sido localizada.
- Randall Price, Secrets of the Dead Sea Scrolls (Eugene, OR: Harvest House Publishers, 1996), 127.
- Ibid., 145-46. Itálico no original. Elipse minha.
- Gleason Archer, A Survey of the Old Testament (Chicago, IL: Moody Press, 1994), 25. Elipse e itálico meu.
- John D. Currid, The Case for Biblical Archaeology: Uncovering the Historical Record of God’s Old Testament People (Phillipsburg, NJ: P&R Publishing, 2020), 3. Elipse minha.
- Uma publicação arqueológica secular declarou em 2021 que há “evidências de arqueologia e textos antigos para a existência histórica de 53 pessoas reais na Bíblia hebraica e, no Novo Testamento, Jesus mais 23 figuras políticas”. O artigo lista seis figuras adicionais do Novo Testamento, e “quando adicionadas às pessoas reais documentadas na Bíblia Hebraica, chegamos a um total de 83 pessoas reais da Bíblia – por enquanto”. Enquanto isso, o número de locais bíblicos identificados positivamente das Terras Santas é de muitas centenas, com novos locais sendo encontrados regularmente. (Lawrence Mykytiuk, “New Testament Religious Figures Confirmed,” Biblical Archaeological Review, Summer 2021, vol. 47, no. 2, 38, 47). Em contraste, nem mesmo um personagem do Livro de Mórmon ou local histórico pode ser positivamente verificado como apoio à escritura mais enfatizada do mormonismo.
- Joel P. Kramer, Where God Came Down: The Archaeological Evidence (Brigham City, UT: Expedition Bible, 2020), 8.
- Um exemplo é Shimon Gibson, um respeitado arqueólogo bíblico israelense que conheci em uma viagem a Israel em 2013. Ele esteve envolvido em muitas escavações importantes do Novo Testamento em uma variedade de locais israelenses, incluindo Jerusalém e Belém.Gibson escreveu um livro intitulado The Final Days of Jesus: The Archaeological Evidence (New York: Harper One, 2010), no entanto, ele permanece um agnóstico que nega a divindade de Jesus.
- Nas páginas 256-259 de seu livro I Don’t Have Enough Faith to Be an Atheist (Wheaton, IL: Cross- way, 2004), Norman Geisler e Frank Turek fornecem 84 fatos diferentes sobre como Lucas retratou com precisão, o mundo romano do primeiro século no livro de Atos, apesar de não ter acesso a mapas modernos ou cartas náuticas. Por exemplo, ele sabia “o título correto “grammateus” para o magistrado executivo chefe em Éfeso (19:35)” e “Félix sendo governador neste momento (23:24).
- Titus Kennedy, Unearthing the Bible: 101 Archaeological Discoveries that Bring the Bible to Life (Eugene, OR: Harvest House Publishers, 2020), 48-61. Kennedy lista várias outras descobertas do Egito que apoiam ainda mais a historicidade do povo hebreu que deixou o Egito.
Para o índice da tradução em Português de “Apresentando o Cristianismo aos Mórmons,” clique aqui.
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